sábado, 29 de novembro de 2008

Quinta da Touriga Chã


Mais um (muito bom) vinho do enólogo João Brito e Cunha. Permitam-me uma breve consideração desde já. Em caso de dúvida na escolha de um vinho, seja branco ou tinto, entre hipóteses desconhecidas e um deles apresentar este "Douro Boy" como enólogo, não hesitem. (É "a revolução dos tintos", proclamou a "Wine Spectator", quando, numa prova, cujos resultados publicou em Junho de 2003, atribuiu notas de 90 ou mais pontos numa escala de 100, a 16 vinhos do Douro. Dez são de empresas dos "Douro Boys" ........Além da Quinta do Crasto (Tomás e Miguel Roquette e Susana Esteban), integram o grupo dos "Douro Boys" a Quinta do Vale Meão (Francisco (Xito) Olazabal Nicolau de Almeida), Quinta do Vallado (Francisco Ferreira), Quinta do Vale D. Maria (Cristiano van Zeller e Sandra Tavares de Almeida) e a Quinta de Nápoles (Dirk van der Niepoort). Mas a estes andam associados outros nomes de jovens e talentosos enólogos. Por exemplo: Marta Casanova (Brunheda), Jorge Moreira (Quinta de la Rosa e Poeira), Jorge Serôdio Borges (Pintas e ex-Niepoort), João Brito e Cunha (Lavradores de Feitoria e me e jbc selections), Pedro Correia (P+S - Prats & Symington, Chryseia), Rui Madeira e João Matos (CARM), Carlos Moura (Quinta das Tecedeiras), Luís Soares Duarte e João Roseira (Bago de Touriga e Quinta do Infantado). Vivem e trabalham no Douro, ao contrário do que sucedia com as gerações anteriores, que residiam no Porto ou em Vila Nova de Gaia.......).
Bebemos este vinho em mais um encontro de Amigos para celebrar uma passagem de ano. Muito bom. Muito bom mesmo. Vinho intenso com tonalidade sólida de rubi continuando até uma louvável exuberância dos aromas onde se notam o cacau e mineralidade fumada. Elegante.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Quinta do Moledo

Era uma vez na Madeira um restaurante muito curioso onde de um lado da estrada se escolhia a carne no talho que a seguir se comia. Ao lado desse talho havia um café discoteca. A carne atravessava depois a estrada directamente para a grelha. Nesse restaurante passei uns bons momentos acompanhado pelo meu anfitrião Madeirense que afirmava que gostava de fazer questão que as pessoas se lembrassem das refeições que lhes eram oferecidas em honra dos visitantes.

Ora o que nos traz aqui é este Quinta do Moledo, vinho da Ilha da Madeira. Comprei uma garrafa de Branco Verdelho que trazia afixado um selo medalha de Bronze de um concurso de prova de vinhos que me despertou a curiosidade. Do mesmo produtor decide-me a comprar uma de tinto que vos trago aqui. A do vinho Branco ainda não a bebi, mas estou curioso por vários motivos: porque é da mesma casta do vinho do Esporão aqui também analisado e sabendo que Madeira é a terra dos frutos exóticos que marcam a textura desta casta seria interessante esta comparação, porque ganhou uma medalha e porque este tinto é de má qualidade e não vale de todo beber. Presumo que não terá sido da viagem de avião para o continente.

Este tinto tem muito que evoluir. Custa 11€ e existem vinhos de mesa de melhor qualidade.

Por curiosidade como sobrou muito conteúdo na garrafa, no dia seguinte foi analisar o sobrara. Já estava azedo.

sábado, 22 de novembro de 2008

Esporão Verdelho 2004

A Herdade do Esporão sempre foi reconhecida por ter massificado a cultura da produção de vinhos de qualidade e esteve de alguma forma associada com a promoção dos vinhos do Alentejo na década de 90.

Outro dia andava à procura do Esporão reserva branco que sempre apresentou bons pergaminhos. No entanto este estava esgotado e decide-me a comprar este Verdelho.

Foram bebidas duas garrafas em momentos distintos.

Este vinho branco tem uma característica olfactiva muito especial que é a presença de frutos tropicais, a da manga, muito marcada que sugere que o vamos encontrar quando se bebe.

O paladar tem sabor muito consistente mas fino e pouco marcado. Entra mesmo muito bem na boca mas falta-lhe alma e corpo a este Verdelho. O final com ligeira presença ácida que deveria ser melhorada e que descompõe o conjunto.

Do Esporão fique-se pelo Branco Reserva, pelo preço que este Verdelho custa, aproximadamente 9€, há escolhas bem melhores.

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Wine Spectator - Top 100 2008






A revista Wine Spectactor já revelou a lista dos escolhidos para 2008.


Nela figuram:


3º - Quinta do Crasto Douro Reserva Old Vines

57º - Sogrape Dão Callabriga 2005

98º - Niepoort Douro Vertente 2005


Para aceder à lista completa aceda a partir deste link:


domingo, 16 de novembro de 2008

Pago de Carraovejas


Execelente vinho. Difícil de encontrar devido à produção limitada, mas a experimentar sem falta. Consegui-o directamente na Adega produtora (Peñafiel, Valladolid), mas a venda era limitada a 1 ou 2 caixas (de 3 garrafas).
Indicado para iniciar longas conversas, e acompanhar um jantar substancial (bebido ao almoço significa tarde de férias ...)

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Cortes de Cima Syrah



Há uns bons anos atrás tive a oportunidade de beber o meu primeiro Syrah, era do Esporão e fiquei sempre com a vontade de o voltar a provar. Andei por uma garrafeira e como o do Esporão não estava disponível e decidi levar o Cortes de Cima de 2004.

É muito aromático e por isso apetece beber. Quando se começa a beber revela-se “frio” na boca. De realçar a excelente suavidade e o equilíbrio de aromas. Nota-se que está bem marcado o sabor a frutos vermelhos. Não tem um final muito longo e por isso não enche muito a boca, mas enche bem o coração.

sábado, 8 de novembro de 2008

Castelo D’Alba Vinhas Velhas


Bebi já este branco do Douro Superior algumas vezes. Gosto muito. Chego à conclusão que, invariavelmente, brancos provenientes do Douro e de vinhas velhas serão sempre excelentes escolhas. As uvas são provenientes de Freixo de Espada à Cinta, a graduação elevada (14% - 14,5%). Uvas da casta autóctone Códega de Larinho de vinhas com mais de 70 anos (vinhas de muito baixa produção), i.e., terroir único. A fermentação é em inox e em madeira usada antes de sono removido e parcial em carvalho novo. Um vinhos potente.

Um conselho: muita atenção à temperatura! É errado pensar que por ser branco deve estar "fresquinho". Neste caso beber a 11º, o que quer dizer que considerando temperaturas médias de 4-5º nos nossos frigoríficos, deveremos retirar e abrir uns bons minutos antes da almoçarada/jantarada, até eventualmente decantar, caso contrário todos os aromas estarão fechados resultando num vinho sem caractér e história.
Passem por exemplo pela simpática Garrafeira do Augusto, no Jardim do Passeio Alegre, onde o encontrarão a um preço médio de € 10. Junte-se um bacalhau com natas e/ou um vol-au-vent de alheira de caça e boa degustação.

Quinta da Pacheca


Outro dia tive a oportunidade de visitar a propriedade onde é produzido o vinho Quinta da Pacheca.

A propriedade foi visitada no decorrer de uns dias no espaço de turismo de habitação chamado Outros Tempos onde se pode comer posta a maronesa, couves e os doces caseiros com um sabor de antigamente dificilmente ultrapassado em qualquer restaurante de comida regional.

Concluída a estadia rumou-se então ao local onde é produzido o vinho. O nosso guia de ocasião explicou-nos que o Quinta da Pacheca tinto é produzido através de pisa de uva feita de forma tradicional porque os pés não conseguem esmagar as grainhas das uvas ao contrário do que acontece com os métodos mecânicos. Segundo nos dizia a presença de grainha no mosto altera o paladar do vinho, tornando-o mais amargo. Curiosamente na produção do branco o processo é mecânico, não nos tendo sido explicado o porquê da opção.

Na propriedade é produzido o Quinta da Pacheca branco e tinto, um Reserva Vinhas velhas e ainda Vinho o Porto. O Quinta de Vale Abraão, comercializado pelo mesmo produtor não é produzido nesta propriedade.

Fomos à prova.

Ofereceram-nos o Quinta da Pacheca branco 2005, Quinta da Pacheca tinto 2003 e um Porto Tawny.

O branco foi servido a uma temperatura demasiado baixa e portanto não foi possível explorar o sabor do vinho. Pareceu ter presença cítrica e não deu para mais.

Em relação ao tinto tinha alguma expectativa. Já o tinha bebido anteriormente e não tinha ficado na minha lista de preferências. A expectativa devia-se ao facto de tentar perceber se o resultado da prova teria algum relacionamento com a técnica de produção que tinha sido enfatizada pelo produtor acima relatada. Ora a avaliação resultou numa grande desilusão porque no final o vinho revela-se ligeiramente amargo, com um sabor residual ligeiramente desagradável.

Da mesma zona (Armamar) há um Cabeça de Burro tinto que pelo mesmo preço tem melhor desempenho.

Por fim Porto. Equilibrado mas sem deslumbrar. Foi acompanhado com um doce tradicional se a memória não me falha chamado, beijo da preta, que era soberbo.

Restava então passar pela loja. Decidi-me a comprar o Quinta da Pacheca tinto reversa vinhas velhas para experimentar, já o que o outro não me merece confiança.

Ficam aqui as referências:

http://www.wonderfulland.com/pacheca/


http://www.outrostempos.com/