“A casta Antão Vaz é umas das castas mais importantes da zona do Alentejo. Oriunda da Vidigueira, no sul alentejano, é bastante resistente à seca e às doenças. Apresenta cachos de tamanho médio com bagos pequenos e uniformes que são de cor verde amarelada e que no fim da maturação passam a ser de cor amarela. Os vinhos produzidos por esta casta são bastante aromáticos (predominam os aromas a frutos tropicais) e têm, geralmente, cor citrina”.
Fonte http://www.infovini.com
Esta casta tem sido das mais faladas e publicitadas este verão. Os profissionais de marketing têm apostado este ano na promoção de vinhos produzidos com esta casta e por conseguinte tem despertado o interesse dos consumidores. Resultou nesta prova que por acaso se confrontasse dois vinhos feitos exclusivamente da casta Antão Vaz.
Estava planeado beber os dois vinhos em dias distintos mas devido a um súbito aumento do número de comensais decidiu-se abrir as duas garrafas e comparar. Ao contrário do que acontece com as criticas de sistema de alta-fidelidade, onde os diversos equipamentos lutam por retirar o mais possível de um padrão, neste caso uma gravação, normalmente existe convergência de opinião sobre o equipamento que toca melhor.
No caso do vinho o padrão não existe e tornando muito mais subjectiva a avaliação.
O Dolium Escolha Branco Antão Vaz, colheita de 2006 conquistou o Grande Prémio do concurso a Escolha da Imprensa promovido pela Revista de Vinhos. O Antão Vaz da Peceguina lançou o primeiro vinho com a colheita de 2006 e têm vindo a afirma-se no mercado principalmente com o tinto da marca Malhadinha.
No que diz respeito ao Dolium tem nariz com ascendente de limão e algumas notas de madeira.
Na boca revela-se um vinho seco, talvez demasiado seco que absorve o sabor a limão que se revela com grandiosidade no inicio. A acidez confere-lhe alguma vivacidade que ajuda o conjunto. Nota-se a presença do estágio na madeira mas o perfil é maioritariamente cítrico.
Há também algumas notas ténues de fruta tropical. Apresenta algum corpo e tem final médio ligeiramente balsâmico. É um vinho que poderia ser melhor não fosse a secura.
O da Peceguina tem um nariz dentro do mesmo padrão do Dolium mas é mais suave.
Na boca revela mesma presença cítrica, mas o limão tem sabor mais fino apesar de ser mais fechado. É um vinho mais leve com pouca acidez, mas pouco expressivo, ou seja, não tem a vivacidade do Dolium, diria que é um pouco murcho.
Não há integração de madeira (o vinho estagia em cubas de inox). Tem final curto.
O vencedor acaba por ser o Doilum, mas sinceramente não gostei nada pelo facto de ser um vinho seco.
Os outros comensais também gostaram mais deste. Pessoalmente prefiro Vinhos frutados Brancos feitos com Arinto, Verdelho ou então um verde Alvarinho, tem mais citrinos, mais fruta tropical e são mais agradáveis de beber.
Se gosta mesmo de um vinho com forte carácter citrino escolha antes um Kokpe Reserva Branco. Pode consultar a critica aqui: http://drinkedin.blogspot.com/2008/12/kopke-reserva-branco-2007.html
Mais informações sobre o Dolium aqui: http://www.paulolaureano.com/
E sobre o da Peceguina aqui: http://www.malhadinhanova.pt/
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