Mondovino

Passou hoje na TSF no programa pessoal e transmissível uma entrevista com Jonathan Nossiter, autor do livro Mondovino.

O autor já tinha realizado um filme com o mesmo nome. Este livro não é uma continuação do filme: “Este livro nasceu de uma aventura pessoal: a da minha história de amor com o vinho e o cinema. Num certo sentido, é um apelo à insurreição contra os nossos próprios medos: trata-se de reencontrar a liberdade, ou seja, o sentido do gosto”.

Na entrevista, Jonathan Nossiter fala sobre o vinho, como fruto, em vez de produto, do homem que dedica o seu trabalho para o produzir e do prazer e das ressacas que resulta do seu consumo.

Eu diria que foi uma das entrevistas mais apaixonadas que ouvi sobre a temática do vinho tal como uma outra de Próspero Vilaverde, responsável pela produção do excelente Quinta do Sairrão, empresário que tive o prazer de conhecer e que tinha muito orgulho no que produzia. O Sr. Vilaverde pretendia dedicar o seu esforço, o seu saber e a sua paixão para fazer o melhor vinho do mundo.

Jonathan Nossiter desacredita fortemente os críticos de vinhos, especialmente aqueles que escrevem guias, pelo facto de se considerar que estes não cultivam uma relação de amor com o vinho. Para o autor um critico para escrever um guia tem de ser capaz de provar mais de 50 vinhos por dia e como tal não se está a levar o vinho como uma coisa séria que tem de ser olhada, sentida e apreciada. “É como fazer sexo com 50 mulheres por dia. Estas pessoas não podem ser levadas a sério”. Considera ainda inexplicável como se pode dar pontuações a uma coisa tão complexa que procura o equilíbrio perfeito entre a fruta, o álcool e a acidez.

O livro tem prefácio de Luís Pato que curiosamente apresenta alguma discordância com o autor, designadamente, entre outros, pelo facto de não ser feita nenhuma alusão aos vinhos portugueses.

A entrevista deve ficar brevemente disponível para consulta no site da TSF.

Comments

Anonymous said…
Tive o prazer de ouvir a entrevista na TSF, no final de mais um dia de trabalho, quando regressava a casa.
Quando cheguei, dei por mim a abrir uma garrafa de vinho (um Ribeira del Duero que ainda restava das últimas férias por Espanha), e a deixar-me levar por todos aqueles sabores Imaginei tudo o que cabe numa garrafa de vinho. Terroir...