quinta-feira, 28 de maio de 2009

A promoção do vinho Português no mercado estrangeiro.

Num artigo publicado por João Paulo Martins no fim-de-semana passado na revista Única do Expresso, abordou um tema importante sobre a incapacidade de venda do nosso vinho pelo mundo fora.
Os vinhos Portugueses têm excelente qualidade. O problema é a relação preço/qualidade e principalmente a capacidade de produção.
Se olharmos para os vinhos dos nossos vizinhos Espanhóis, constatamos que por 6 € é possível comprar um Rioja Crianza que independentemente de não se gostar do sabor típico da casta Tempranillo, está ao nível de um vinho Português entre os 11 e os 13 €.
O mesmo se passa com um Malbeq Argentino que por 7€ engole um Português do mesmo preço. Se formos mais além para a Nova Zelândia onde podemos encontrar vinhos vendidos em Portugal a 6-7€ com aquele sabor típico internacional (Cabernet, Merlot , etc) adstringência e acidez equilibrada e que cada vez mais têm roubado espaço na prateleira das garrafeiras.
Há claro algumas barbaridades, como por exemplo o vinho Australiano Penfolds com tintos a andar entre os 18 e os 40€ que ficam muito atrás dos nossos.
Os nossos vinhos debatem-se com estruturas de custos elevadas, devido ao custo de produção derivado a factores das técnicas de produção, geografia do terreno e principalmente da quantidade produzida que se reflecte no preço.
Em relação à capacidade produtiva o panorama nacional debate-se com produções baixas. Quantos de nós já perdeu tempo a ler o rótulo de uma garrafa e constatar que daquele vinho tão especial, feito a partir de vinhas velhas afinal só saíram 5000 garrafas? Quando os produtores de vinho estrangeiro fazem milhões?
Com esta capacidade produtiva como é possível vender lá fora?
Na minha opinião, bastante contrária ao que muito se tem debatido nos fóruns de discussão é preciso repensar fortemente o que pretendemos vender, porque o nosso melhor vinho só se consegue consumir cá dentro. Como dizia outro dia um blogger, o melhor vinho Europeu não sai do continente e penso que o nosso também não, mas por outros motivos.
Há contudo uma lembrança engraçada que agora me ocorre. Em 2001 no restaurante Windows of the World nas Twin Towers em Nova Iorque, na carta de vinhos figurava o nosso Periquita tinto. Será este o tipo de vinhos que podermos promover lá fora?

2 comentários:

Anónimo disse...

Caro Ligurio,

Queres prender a minha atenção??? Basta referires "vinhas velhas"....... Se bem que percebo em toda a linha a "velha discussão", poucos devem (podem?) ser os países que apostam em vinhos nascidos de vinhas velhas...pois a produção é (naturalmente) muito baixa. Quero com isto dizer que talvez o caminho seja então o seguinte: reforço, enfoque, nos vinhos mais conhecidos, periquita, mateus rose, etc....gama baixa, e por outro lado em vinhos de altíssima qualidade! O "in between" fica com quem já lá está, ie, nuevo mundo.

Alberto Manuel disse...

A altissima qualidade não tem hipotese, porque não há produto disponível. Ou seja vamos vender 5 garrafas em Paris, 2 em Londres e 10 no USA?