sexta-feira, 30 de abril de 2010

Quinta De Cidrô Chardonnay Reserva 2007 Branco

Português:

Monocasta Chardonnay.

Aparência:
Cor pálida, amarelo palha, cristalina. Lágrima escorre rapidamente no copo.

Aromas:
Nariz pouco dialogante. Os aromas estão contraídos.

Palato:
De perfil meio-seco e corpo médio, nota-se que é um vinho dominado pela madeira, que sem se sobrepor aos restantes sabores, tem um perfil tostado e amanteigado em crescendo , que o torna muito apelativo. Na boca também se extrai frutos de caroço, bem como notas meladas. Tem uma acidez suave, mas não faz dele um vinho com perfil murcho.

Final:
Médio, liberta um pequeno balsâmico.

Conclusão:
Acompanha bem peixe grelhado, custa perto de 8€ e tem uma excelente relação qualidade preço.

Site do produtor:

http://www.realcompanhiavelha.pt/

Do mesmo produtor (muito interessante):
Quinta de Cidrô Pinot Noir.

English:

Made from Chardonnay.

Apperance:
Crystal, pale, straw yellow. Wine tear runs quickly in the glass.

Aromas:
Muted.

Palate:
Off-dry with medium body, with a lovely toasted woody character without overlapping other flavours, found some buttery notes, making it very appealing because oak flavour grows. In the mouth felt also stone fruit and honey notes. It has a mild acidity, but the wine does not dies in the mouth.

Finish:
Medium, with some balsamic release.

Conclusion:
Pairs perfectly with grilled fish. Costs around 8€ and it has an excellent value for money.

Producers Web site:

http://www.realcompanhiavelha.pt/

domingo, 25 de abril de 2010

Paço dos Cunhas de Santar Vinha do Contador 2006 Branco

Português:
Bebido no restaurante Romando que ganhou os prémios de melhor carta de vinhos em 2009 atribuído pelas revistas Wine Spectator  e a Revista dos Vinhos. Trata-se de um restaurante que para além de tratar bem a comida sabe também tratar o vinho.

De acordo com o produtor feito a a partir de um blend das castas Encruzado, Arinto e Cerceal. A fermentação inicia-se em cubas inox prosseguindo para barricas novas de carvalho francês.

O vinho é da responsabilidade de Carlos Lucas, que recebeu o prémio de Enólogo do Ano em 2007 atribuído pela Revista de Vinhos.

Os pormenores começam na garrafa. Muito mais pesada do que o habitual, destinada a guardar algo magnifico. 

Aparência:
Amarelo, com sinais de envelhecimento. Que cor! Intensa com grande profundidade. Lágrima escorre rapidamente no copo.

Aromas:
É aromático no nariz mas não é muito potente. Diria antes que é um nariz equilibrado e nobre. Sobressaíram em primeiro lugar notas vegetais fresco e notas de estágio em madeira.

Palato:
Na boca este vinho é surpreendente. Em primeiro lugar desde que o vinho entra na boca até o deixarmos escorrer para o estômago, é percorrido por um balsâmico constante. Outra característica interessante é a sensação de mousse, crescente, tal como acontece num espumante. O vinho está em constante vaporização e confunde e mistura os sabores. Excelente. Dos sabores vaporizados sobressai algum vegetal, mentolado que lhe dá frescura, tudo muito bem integrado pelo estágio da madeira. É de sabor cativante e viciante. No final ainda se consegue algumas notas de frutos secos: nozes.

Tudo este conjunto de propriedades conferem ao vinho um corpo médio, digno de tinto e ligeiramente seco. É curioso que a acidez quase não se sente mas o vinho está muito longe de ser murcho. Antes pelo contrário.

Final:
Longo. Um final que leva consigo todas as sensações da boca.

Conclusão:
Um vinho muito sério e ideal para ocasiões especiais. Passou a fazer parte da lista de preferidos do Drinkedin e é o único branco que faz parte da lista o que atesta o seu grande valor.

Site do distribuidor:
http://www.vinalda.pt

English:
Drunk at Romando restaurant. Won 2009 best wine list awarded by  Wine Spectator and Revista dos Vinhos magazines. This restaurant offers a full range of Portuguese wines and some that come from abroad, and it can provide good, lovelly food.

According to the producer is made from a blend of Encruzado, Arinto and Cerceal varieties. The fermentation starts in stainless steel vats moved latter to new French oak barrels.

This wine has supervision of Carlos Lucas, who received  Winemaker of the Year award in 2007, awarded by Revista dos Vinhos magazine.

The details start with the bottle. Much heavier than usual, for  magnificent content.

Appereance:
Yellow, with signs of ageing. What a colour! Intense with great depth. Tear runs down quickly in the glass.

Palate:
In the mouth this wine is amazing. Firstly when the wine enters inside the mouth until it drains into the stomach, I can felt a constant balsamic sensation. Another interesting feature is the mousse, growing and growing like a sparkling wine. This wine is constantly confusing you,  mixing the flavours because is in vaporized state. Excellent. Some of the flavours steamed taste like vegetable, fresh mint, and a very balanced integrated woody character. This wine is addictive. In the end still felt some walnuts.

Finish:
Long. Carries all the sensations and character.

Conclusion:
A very serious white for special occasions. Became part of Drinkedin's short list and is the only white part of the list which proves its great value.


Distributor web site:
http://www.vinalda.pt

domingo, 18 de abril de 2010

Exportadora de vinhos da Madeira Solera 1926

Português:

O produtor deste vinho da Madeira já não existe. foi absorvido pela empresa Henrique de Menezes Borges que representa a marca e segundo se diz continua a utilizar ainda hoje os rótulos antigos.

O Solera é um sistema de vinificação e não um tipo de vinho. É um vinho datado que ao longo dos anos recebe a adição de outros, sendo esta de apenas 10% ao ano.

O engarrafamento só pode ser feito após 5 anos em casco; de cada um dos cascos só pode ser retirado anualmente, no máximo, 10% do vinho existente.

Quando o designativo Solera for associado a uma data deverá ser a data de colheita do vinho base.

O tratamento em Soleras começa numa fila de tonéis de Madeira velho, uns ao lado dos outros. As criadeiras são “creches”, nas quais pipas seleccionadas de Madeira velho (separadas por casta: uma de Malvasia, uma de Boal, etc.) ficam numa primeira fila a nível do solo. Outra fila de tonéis do mesmo tipo de vinho, mas de uma colheita diferente fica logo acima. Depois vem uma terceira e uma quarta filas hierárquicas, formando assim as “criadeiras”. O vinho é retirado de uma pipa da fila do solo para ser refrescado por uma colheita mais recente, e assim por diante. Os vinhos novos são misturados com os mais velhos com o objectivo de preservar o seu carácter inicial. Entre o vinho que refresca e o que é refrescado pode existir uma diferença de idade de vinte anos de misturas alternadas. O processo de maturação é mantido mais ou menos no mesmo nível em cada fila, para que o produto final mantenha um carácter consistente.

Fontes: http://www.ivv.min-agricultura.pt ; http://www.madeira-edu.pt/ e http://www.madeirawine.com


Aparência:
Cor âmbar, envelhecida com alguma profundidade de cor. Lágrima escorre muito lentamente.

Aromas:
Muito aromático e envelhecido, belíssimo. No nariz nota-se aromas de doce de marmelada.

Palato:
De sabor doce e corpo fino. Sabe a marmelada com excelente proporção e bem definido. o sabor parece que tem consistência de uma camada laca. Ganha volume na boca à medida que se vai bebendo. Macio, guloso, gostoso, com volúpia. No final aparecem uma notas a biscoito almendrado. Tem uma acidez viva, invejável.

Final:
Longo.

Conclusão:
Excelente para acompanhar sobremesas. Do melhor que a Madeira sabe fazer.

English:

The producer of this Madeira wine no longer exists. The company was bought by Henrique de Menezes Borges and is said even today continues to use former labels.

The Solera is a production system not a type of wine. This wine have vintage information and receives blends of others, which is only 10% per year.

Bottling can be processed only after 5 years in cask, it can be retrieved annually, at most, 10% of the existing wine stored in the barrel.

When the designation Solera is associated with a vintage date should be the date of the wine that was blended first.

Soleras are started with a row of casks of old matured Madeira, one next to the other. The "criadeiras" are the nurseries, in which selected casks of old matured Madeira (a separate solera for Malmsey, Boal, and so on) are at floor level. The next tier has the same type of wine, but of later vintage. Then there are third and fourth tiers up on the hierarchy making “criadeiras”.

Wine is taken from the bottom casks and is refreshed from a tier above, and so on. The newer wines are blended with the older ones and the original character is preserved. But between the refresher and the refreshed there may be a period of time from the twenty years of gradual blending. Each tier is  in the process of maturing at roughly the same rate, so that the final solera remains consistent in character.

After all the hard work and the years of waiting the wine is ready to bottle. As a final preparation the wine is filtered in a specially designed cylinder containing about 200 rings of coarsely woven cotton (several other models of filters are used). At this point, the wine is squeezed through under the pressure through tightly packed rings and into 1/2 centimetre holes in a tube to the bottling machine.
Corking and labeling are done manually, and one final piece of handwork is the seal of guarantee of quality from the wine institute.

Sources: http://www.ivv.min-agricultura.pt ; http://www.madeira-edu.pt/ e http://www.madeirawine.com

Apperance:
Aged amber colour, with high colour depth. Wine tear runs very slowly.

Aromas:
Aged. very aromatic and lovely. Felt marmalade in my nose.

Palate:
Sweet with light body. Fine marmalade with excellent proportion, balance and well defined flavour, seems having hairspray layer consistency. It gains volume while you are drinking. Soft, tasty, with lots of lust. At the end some hints of "almendrado" biscuit [see image below]. "Almendrado" is a typical Portuguese almond cookie. It has a lively acidity. Beautiful.

Finish:
Long.

Conclusion:
Excellent for desserts. The finest Madeira can produce.

Plansel Selecta Touriga Nacional 2007 Tinto

Português:

De acordo com o produtor: "Este vinho [...] está identificado pelo brasão da família BOHM. Tratando-se, como não podia deixar de ser, de um produto de elevada qualidade, honra a tradição da nossa família.

[...]


A sua vinificação processou-se com fermentação prolongada em lagar de inox e estagiou em barricas de carvalho francês pelo período de 10 meses.

No sentido de preservar e potenciar as suas características, este vinho sofreu uma filtragem grosseira. [..].

Temperatura de consumo 16-19ºC".


Aparência:
Entre o ruby e o granada, não muito profunda, mas é uma linda cor.

Aromas:
Moderado. Nota-se presença de frutos silvestres com alguma concentração e floral no fundo.

Palato:
Na boca é ligeiramente seco. Tem um ataque taninoso, na medida certa. Os taninos transmitem uma sensação de excelente robustez. Tem sabor a frutos silvestres com boa proporção. Nota-se que no fundo está bem integrada a madeira, sem se intrometer em demasia. No final sente-se algumas notas florais. Tem corpo médio, texturado, volumoso (o vinho parece que cresce na boca) e uma acidez viva.

Final:
Longo, muito longo mesmo. Inesquecível.

Conclusão:
Este vinho tem um único pecado mortal: o álcool. Apesar de não se sentir na boca, tem 15%, o que limita o seu consumo. É pena porque é um vinho que dá prazer em beber. Perfeito para acompanhar assados e queijos de sabor forte. Excelente relação qualidade preço (12 €).

Sitio do produtor:
http://www.plansel.com

English:

Says the producer: "This wine [...] is recognised by the BOHM family coat-of-arms. It is, as it should be, a high quality product which does justice to the tradition of our family.

[...]

Vinification is carried out with a prolonged fermentation in stainless steel tanks and a stage in barrels made from french oak for a period of 10 months.

In order to preserve an intensify its special characteristics, this wine undergoes a gross filtering [...].

Serve at 16-18ºC".

Apperance:
Oscillating between ruby and garnet. Not very deep, but is a lovely colour.

Aromas:
Youthful, and moderate. Found lot's of wild berries in the nose and some floral hints.

Palate:
In the mouth is off dry. Balanced tannins led the attack transmitting a robust character. It tastes real wild berries, lovely, with good proportion. In he background can feel some oak correctly integrated. In the end can feel some floral hints. It has medium body, texture, volume (can feel the wine growing in the mouth) and a lively acidity.

Finish:
Very long. Unforgettable.

Conclusion:
This wine has a single deadly sin: alcohol. Although you cannot feel it when you are tasting the wine, it has 15%, thus limits it's consumption and pleasure to drink it. Perfect for roast meat and cheeses with strong flavour. Excellent value for money (12 €).

Producer's web site:
http://www.plansel.com

domingo, 11 de abril de 2010

Quinta do Côa 2007 Tinto

Português:

Bebido no dia de Páscoa. Feito a partir de um blend dominado por Touriga Nacional, Touriga Franca e Tinta Roriz.

Aparência:
Cor entre o rubi e o purpura, muito escuro e com grande opacidade.

Aromas:
No nariz nota-se juventude. É aromático, mas não tem muita intensidade. Estão presentes aromas de frutos silvestres.

Palato:
Na língua sente-se primeiro sensações de licor de cassis, com alguma predominância doce, mas sem enjoar. De seguida sente-se amoras. O sabor dos frutos silvestres é fino e está bem doseado, se bem que dispensava alguma sobreposição das notas de licor. No final sente-se especiaria, que penso que está em demasia e quase que absorve o sabor dos frutos. É um vinho medianamente encorpado, com a acidez suave.

Final:
Médio.

Conclusão:
É um vinho com um perfil diferente e que pode agradar alguns consumidores. Penso que o único pecado é o excesso de especiaria. Casa bem com carne vermelha.

Sitio do produtor:
http://www.carm.pt


English:
Drunk on Easter Day. Made from a blend of Touriga Nacional, Touriga Franca,Tinta Roriz and others.

Appearance:
Undefined colour: between ruby and purple, very dark and opaque.

Aromas:
Youthful nose. It is aromatic, but not much intense. Can feel some berries.

Palate:
I felt first blackcurrrant's "crème de cassis", that brings some sweetness but not to much (fortunately). This led the attack. After soft blackberries. The flavour is thin and balanced, although there is some cassis mix, sometimes blackberries are in the background . At the end the wine becomes spicy, absorbing fruit flavour . This wine is medium bodied with mild acidity.

Finish:
Medium.

Conclusion:
It is a wine with a different attitude and it may please some consumers. The only sin is the spicy character. Pairs quite well with red meat.

Producers Web site:
http://www.carm.pt

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Domingos Soares Franco Colecção Privada Verdelho 2008 Branco

Português:
Penso que uma das melhores castas para fazer brancos no nosso país é o Verdelho. Os vinhos feitos com esta casta não têm por hábito serem iguais a tantos outros que por cá são produzidos.

Aparência:
Cor palha cristalina, com alguma profundidade.

Aromas:
Nariz com pouca expressão. Jovem mas com pouquíssima intensidade. Consegue-se extrair presença de frutos tropicais, com predominância para o característico maracujá. Durante a hora em que foi bebido não ouve qualquer alteração, manteve-se sempre neste padrão.

Palato:
Depois do teste aromático, julguei que ia ter uma decepção na boca. Felizmente isso não aconteceu. Nota-se que é um vinho seco, corpo leve, com excelente acidez, quase crocante.
Sabe marcadamente a maracujá. Não é muito intenso no sabor, mas é agradável de beber, aguentando-se muito bem na boca, onde apresenta boa consistência.

Final:
Médio.

Conclusão:
Custa aproximadamente 8€. Casa muito bem com pratos de peixe grelhado. Uma excelente alternativa ao universo de brancos aborrecidos que por cá se produzem.

Outras propostas com casta Verdelho que poderá considerar:
Primeira Paixão 2008 (o meu preferido).
Quinta do Moledo Reserva 2005.
Esporão Verdelho 2004.

Site do Produtor:

http://www.jmf.pt/

English:
I think one of the best varieties for white production in my country is Verdelho. Wines made with this grape differs a lot of so many others produced around here.

Apereance:
Crystal clear straw yellow with medium colour depth.

Aromas:
Young but with reduced intensity. Can hardly feel the presence of tropical fruits. Anyway found some passion fruit. During the time that it was drunk does not felt any change in aroma palette.

Palate:
After aroma testing, I thought that it would be a disappointment in my mouth. Fortunately it did not. It's dry, with light body, and an excellent acidity - crisp.

Can feel passion fruit with moderate intensity. Anyway it shows good consistency and gives pleasure to drink.


Finish:
Medium.


Conclusion:
It costs about € 8. Pairs perfectly with grilled fish. An excellent alternative to typical dull Portuguese whites.

Other wines made with Verdelho you may find interesting:
Primeira Paixão 2008 (my choice).
Quinta do Moledo Reserva 2005.
Esporão Verdelho 2004.
Producers Web site:
http://www.jmf.pt/

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Quinta da Fata Reserva 2006 Tinto

Português:

A Quinta da Fata é um projecto de agro turismo inserido na região do Dão e que faz fronteira com o produtor Casa de Santar.

De acordo com o produtor o vinho é feito de um blend de Tinta Roriz, Alfrocheiro, Jaen, Trincadeira e Touriga Nacional.

Aparência:
Cor Ruby com alguma transparência. No copo a lágrima escorre muito rapidamente.

Aromas:
No nariz não se nota grande intensidade, apesar de ser aromático. Estão presentes frutos vermelhos e algumas notas de madeira.

Palato:
É um vinho macio, mas com pouco volume na boca o que lhe confere corpo ligeiro. A Fruta aparece um pouco contraída, sem expressão por vezes. É pena porque até tem alguma finura, mas falta-lhe impacto. Tem uma acidez viva e taninos bem integrados.

Final:
Médio.

Conclusão:
É um vinho suave como os do Dão sabem ser, mas que peca pela falta de intensidade do sabor. Custa 8€.

English:

Quinta da Fata is a Project of agrotourism inserted in the Dão region and it's makes frontier with Casa de Santar winery.


According to the producer, the wine is made from a blend of: Tinta Roriz, Alfrocheiro, Jaen, Trincadeira and Touriga Nacional.

Appearance:
Ruby colour with medium colour depth. Wine tear runs down very quickly.

Aromas:
It's aromatic and youthful. You can feel some red fruits and some hints of oak. There is no great aroma intensity.

Palate:
This wine is soft in the mouth, but with reduced volume, I mean with light body. The fruit appears slightly contracted. It's a pity because fruit flavour have some finesse character, but it lacks intensity. It has a lively acidity and soft tannins.

Finish:
Medium.

Conclusion:
This wine is smooth as the Dão are, but I was willing something more tasty. It costs 8€.