sexta-feira, 29 de maio de 2009

Damasceno tinto 2005

É um vinho com perfil diferente e arriscado.

O produtor recomenda abrir a garrafa uma hora antes da prova e assim se fez.

No nariz tem sugestões de figos que se confirmam quando se bebe o vinho.


No início o vinho confirma a presença de figo misturado com fruta preta que se vai diluindo lentamente de forma balsámica até se começar a sentir a rubustez do conjunto suportado em especiaria. Esta propriedade é interessante. É muito diferente do que se vai produzindo por cá e por isso necessita de algum hábito, contudo, o sabor não me convenceu porque sobreposição da especiaria sobre todo o conjunto. Eu penso que é vinho que tem potencial de evolução se for mais equilibrado.

Apresenta adstringência muito fina a aparecer no final da prova.

Final médio longo.

Espere por outras colheitas.

Mais informação do produtor em:

http://www.damasceno.net

Drinkedin no Twitter

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http://www.twibes.com/group/drinkedin

quinta-feira, 28 de maio de 2009

A promoção do vinho Português no mercado estrangeiro.

Num artigo publicado por João Paulo Martins no fim-de-semana passado na revista Única do Expresso, abordou um tema importante sobre a incapacidade de venda do nosso vinho pelo mundo fora.
Os vinhos Portugueses têm excelente qualidade. O problema é a relação preço/qualidade e principalmente a capacidade de produção.
Se olharmos para os vinhos dos nossos vizinhos Espanhóis, constatamos que por 6 € é possível comprar um Rioja Crianza que independentemente de não se gostar do sabor típico da casta Tempranillo, está ao nível de um vinho Português entre os 11 e os 13 €.
O mesmo se passa com um Malbeq Argentino que por 7€ engole um Português do mesmo preço. Se formos mais além para a Nova Zelândia onde podemos encontrar vinhos vendidos em Portugal a 6-7€ com aquele sabor típico internacional (Cabernet, Merlot , etc) adstringência e acidez equilibrada e que cada vez mais têm roubado espaço na prateleira das garrafeiras.
Há claro algumas barbaridades, como por exemplo o vinho Australiano Penfolds com tintos a andar entre os 18 e os 40€ que ficam muito atrás dos nossos.
Os nossos vinhos debatem-se com estruturas de custos elevadas, devido ao custo de produção derivado a factores das técnicas de produção, geografia do terreno e principalmente da quantidade produzida que se reflecte no preço.
Em relação à capacidade produtiva o panorama nacional debate-se com produções baixas. Quantos de nós já perdeu tempo a ler o rótulo de uma garrafa e constatar que daquele vinho tão especial, feito a partir de vinhas velhas afinal só saíram 5000 garrafas? Quando os produtores de vinho estrangeiro fazem milhões?
Com esta capacidade produtiva como é possível vender lá fora?
Na minha opinião, bastante contrária ao que muito se tem debatido nos fóruns de discussão é preciso repensar fortemente o que pretendemos vender, porque o nosso melhor vinho só se consegue consumir cá dentro. Como dizia outro dia um blogger, o melhor vinho Europeu não sai do continente e penso que o nosso também não, mas por outros motivos.
Há contudo uma lembrança engraçada que agora me ocorre. Em 2001 no restaurante Windows of the World nas Twin Towers em Nova Iorque, na carta de vinhos figurava o nosso Periquita tinto. Será este o tipo de vinhos que podermos promover lá fora?

terça-feira, 12 de maio de 2009

Roda Reserva 2003



É um Rioja. Comprei 3 garrafas no natal passado, mas a época poupou-as e ficaram guardadas até a uma noite recente. Com calma, depois de um dia em que já se pressentia o Verão, acabaram por ser uma agradável surpresa, especialmente a forma como o vinho evoluiu depois de decantado. Este vinho tem uma cor avermelhada com alguns tons acastanhados. É um vinho fresco, em que os frutos vermelhos se vão tornando mais evidentes à medida que o tempo vai passando. Os taninos são suaves. Tem um fim bastante prolongado. Acredito que mais um ano na garrafa poderia fazer deste vinho algo ainda mais surpreendente.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Catania Crianza 2004 Tinto

Tem sabor bastante desequilibrado porque mistura a fruta vermelha com doce e outros que não se consegue distinguir fruto de ser muito fechado tendo confirmado o receio criado no nariz. Mais do que encorpado, é um vinho pesado.

Pouco adstringente e acidez em bom plano.

A precisar de forte afinação. Uma desilusão.


Quanta Terra Grande Reserva 2005 Tinto


Acredito que existam uns quantos apreciadores que classifiquem este vinho como mais um tinto chocolate. Considero que merece atenção porque apesar do preço, é um vinho bem feito.

No nariz cheira a compota de frutos pretos.

Na boca é um vinho super macio, redondo e com estilo. Sabe aos frutos pretos sentidos no nariz com notas de madeira. Não é de sabor cansativo. Aliás ao contrário do que se vai vendo por aí dentro deste perfil de sabor é um vinho que vai acompanhando a comida sem se intrometer e tornar penosa a degustação, especialmente porque foi bebido num almoço onde a temperatura eventualmente não aconselharia o consumo de um tinto.

Final longo, ligeiramente balsâmico, com notas de baunilha que eram dispensáveis para tão harmonioso conjunto. Talvez o seu único pecado.

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Próspero Superior 2000 Tinto

Vinho feito em homenagem a Próspero Vilaverde, responsável pela produção dos vinhos da Quinta do Sairrão.

Trata-se na minha opinião de uma evolução do Sairrão Reserva cuja crítica pode ser consultada <aqui>. Diria que é um Sairrão Super Reserva.

Tudo é mais concentrado, intenso e macio.

Sabe a fruta vermelha madura, bem proporcionada integrada com a madeira. É um vinho rubusto que enche a boca. O álcool tem presença discreta, fina, com ligeiro efeito balsâmico.

Taninos macios.

Final longo e persistente.

Altamente recomendado.

Quinta de Fafide Tinto 2005


Os vinhos Castelo de D’Alba vieram abanar o mercado oferecendo excelente relação preço qualidade. Tem um bom branco cuja crítica pode ser consultada <aqui> e um curioso tinto chamado Unoaked que é fresco e saboroso.

Este Quinta de Fafide tem um nariz muito sugestivo a compota e desperta-nos os sentidos.
Na boca temos sabor ligeiro a frutos vermelhos, muito ligeiro. É um vinho com alguma frescura mas falta-lhe pujança e estrutura, este é talvez o meu maior pecado, porque a adstringência está em bom plano.

Final médio longo.